sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Introdução

Olá leitores! (ausentes e/ou presentes)
São quase duas da manhã, minha tosse diminuiu um pouco, e contrariando o conselho do meu noivo de ir dormir cedo e repousar, estou aqui postando neste novo blog, (alucinada), meus primeiros pensamentos sobre a recente experiência de fazer mestrado em educação na UFSC.
Este é o meu 4º blog (ecoexperiencia; cineducacao; cinemafins; cinemaniaca) e minha intenção é usá-lo como uma ferramenta de escrita, aonde eu possa deixar fluir meus pensamentos, impressões e experiências de tudo que está acontecendo na minha vida acadêmica (nova vida), profissional e pessoal. (tudojuntoemisturado).
Da onde veio essa ideia maluca?
Após fazer a leitura dos 4 textos da disciplina obrigatória de Seminário de Dissertação da linha de pesquisa ECO - Educação e comunicação, levantei da cama e decidi que precisava escrever.
Já passei o dia anterior escrevendo nos meus outros 3 blogs e na minha coluna semanal de cinema. Nestes casos, escrevo sobre cinema, sobre o que achei de determinados filmes, sobre filmes que quero assistir, sobre notícias de cinema, também pesquiso e publico notícias de cinema que considero interessantes, pesquiso e publico sobre cinema e educação, escrevo também...enfim...é uma contstante energia que pulsa dentro de mim em querer escrever e falar de tudo relacionado a cinema, das mais diversas formas.
Essa compulsão de escrever nesta madrugada partiu dos 4 textos que li. Mais quais 4 textos?
O primeiro texto era "Metodologia do Trabalho Científico" do Antônio Joaquim Severino.
Enrolei pra começar a ler, e quando comecei, em silêncio ri de mim mesma, porque percebi que não tinha a menor ideia até então do que realmente era metodologia de pesquisa, pesquisa quantitativa e qualitativa. Obviamente era apenas um trecho do livro, mais precisamente a parte "teoria e prática científica". Algumas coisas da minha proposta de pesquisa ficaram mais claras, mas não tive muita certeza se entendi tudo que deveria entender, afinal eram muitos conceitos novos de uma vez só. Pensei comigo "acho que tenho que pesquisar mais sobre estes conceitos! tenho?!"
Ainda meio insegura, interrompi a leitura para ver com meu noivo o filme "Filadélfia" (não irei pesquisar agora o diretor e ano como sempre faço). Fiquei surpresa com o filme, gostei bastante, mas comento no blog apropriado. Pensei se continuaria a ler os textos depois, questionei-me o que deve ter sido discutido em aula já que faltei por estar indisposta. Nos despedimos (foi uma visitinha de meio de semana porque não tenho cama de casal e às vezes é mto desconfortável para nós dois dormirmos). Depois das beijocas, voltei pro quarto e liguei o computador.
Como passei o dia todo em casa, escrevendo no blog, lendo e-mails, tratando e postando fotos no orkut, de noite retornei ao orkut para namorar minhas fotos. De vez em quando (bem de vez em quando mesmo) fico namorando meus albuns no orkut, que de certa forma são recortes da minha vida, no passado, no presente, projetando o futuro, e me questionei se era um sentimento sincero ou contraditório. Se o que eu sentia vendo as fotos eram real ou estava apenas fantasiando. Tipo...aquele dia com as amigas foi realmente divertido ou olhando as fotos parece divertido? Me assegurei de que havia me divertido bastante. Mas de repente, refleti sobre isso. E se hoje, ao tirarmos fotos, estamos entregando nossas emoções a elas ao invés de realmente vivenciá-las?
Digo isso porque já me deparei com diversas situações em que algumas pessoas ficam tirando fotos a noite toda, seja num aniversário, numa balada, tarde preguiçosa de nega-maluca. Será que elas realmente se divertem ou se preocupam em tirar fotos onde pareçam estar se divertindo?
(pausa)...
Sinto que estou fugindo do meu assunto principal. Fica a reflexão para quem ler.
Li o primeiro texto. Ufa. Não foi tão difícil como os textos da aula sobre Barthes. (Roland Barthes para leigos).
Parti para o segundo. Detalhe: eu leio e grifo tudo que acho interessante. E quando tenho lápis a mão, rasuro, mas eu não tinha na hora e não quis pegar. Pensei: depois eu anoto!
O segundo texto era "Fundamentos teóricos" do livro "Investigação qualitativa em educação" do...(pausa para olhar) Bogdan e Biklen...algo assim...menos...técnico...um pouco mais acessível, digamos assim...e falava sobre a abordagem fenomenológica. hãmmm.
o que mais gravei do texto foi a comparação do conceito com a situação de trânsito.
Resumindo, numa batida, o policial precisa analisar os pontos de vistas. Associando aos textos de Barthes e Teoria de relatividade do Einstein, "tudo é relativo".
Sem muita certeza e segurança, achei que o assunto ficou um pouco mais claro pra mim.
Mas ainda me sinto...boiando no geral. São conceitos novos soltos, perdidos num universo de informações e conhecimento que construí ao longo da minha (pequena e recente) vida acadêmica.
Não li todos os textos da graduação que deveria ter lido, mas xeroquei todos. Às vezes acho que nem sempre estamos prontos para ler determinadas coisas. Às vezes vale a pena esperar.
Enfim, como segundo texto, entendi um pouco melhor sobre a pesquisa na área da educação, que tende a usar a análise quantitativa e qualitativa (se entendi bem né?! droga não fui na aula. poderia ter "trocado" dúvidas e estar me sentindo mais segura neste momento - faz parte!)
Terminado o segundo, refleti se deveria partir para os outros dois da disciplina. Não estava cansada. As madrugadas são extremamente inspiradoras e silenciosas. Parti para o terceiro texto. (pausa para checar)
"Metodologias não-convencionais em teses acadêmicas" da Magda Soares e Ivani Fazenda do livro "Novos enfoques da pesquisa educacional" de Ivani Fazendo (organizadora).
Li e senti-me extremamente segura da minha proposta "ousada". Ela aconselha, ou melhor, convida nós pesquisadores a falar da própria experiência. E é isto que quero fazer . Quero falar da minha experiência de lecionar cinema para Ensino Fundamental e Médio. E da minha experiência em ter contato com outras experiências de ensino. O que penso sobre elas. O que sinto que me diferencio delas e o que pode ser muito bem aproveitado. Uma verdadeira troca. Esta prática que tanto me ensinou e que tanto acho que pode ensinar ou acrescentar para alguém. Este texto me deu mais segurança, coisa que tenho sentido a cada dia no mestrado. Segurança. Encontro nos textos, nas discussões, nas trocas, no dia-dia escolar.
Sem nem imaginar, percebi que era uma pesquisadora "não-convencional". Fiquei contente. E bom seria se minha parceria com minha orientadora fosse mais freqüente. Sinto frustração muitas vezes em não ter com quem conversar. Minha cabeça pipoca ideias, reflexões. Penso o tempo todo em tudo que experimento e vivencio. Mas sinto-me isolada dos colegas e quando tenho oportunidade, falo bastante e depois sinto medo de ninguém querer mais falar comigo. De ser tagarela demais.
Quando chego na UFSC, tento enrolar no pátio e na sala, parecem todos conhecidos uns dos outros e nem imagino como me aproximar. Acabo ficando isolada. Mas como disse, tendo oportunidade, os papos são extremamente produtivos. Às vezes falo mais do que escuto, mas em geral, são papos-cabeça. (o tipo de papo que com a pessoa errada, sou rotulada de chata e inconveniente)
Mas frustrações pessoais a parte, quero falar agora do quarto e último texto solicitado para o primeiro encontro da disciplina, ou melhor, segundo (que teria sido hoje mas eu não fui) já que o primeiro foi uma breve apresentação, interrompida para uma assistirmos uma defesa de mestrado. (bem interessante por sinal. falando brevemente: Era sobre uma pesquisadora que criou uma proposta de educação ambiental através da fantasia e criação de uma personagem, convidando alunos de uma escola pública de Fpolis-SC a investigar sobre a Lagoa do Peri. Cada aluno recebeu pedacinhos de uma carta em casa, que depois levado para escola, os pedacinhos juntos formavam uma carta, convidando-os a desvendar mistérios. Todo o passeio foi registrado em fotos e vídeos, por eles e a mestranda apresentou o material na defesa. Achei bem interessante e criativo. Enviar cartinhas, criar personagem. Explorar a fantasia e imaginação infantil. Achei ainda mais interessante os questionamentos do primeiro professor da banca. Mas como já me prolonguei demais sobre o assunto, encerro aqui. Não ouvi os outros professores, porque depois do intervalo resolvi me retirar para resolver outros assuntos).
Voltando a leitura. O quarto texto era "A escrita antes do texto: de cozinhas, teares e ateliês" do livro "A trama do conhecimento: teoria, método e escrita em ciência e pesquisa". A autora do texto é Gilka Girardello, professora do CED da UFSC. Achei bem legal.
O texto é extremamente inspirador.
Assim como falava Magda no texto anterior, foi uma leitura "Não-convencional", corrente, cativante. E o melhor: muitos exemplos práticos. Sinto que exemplos práticos (claros e coerentes) facilitam bastante a compreensão do texto.
Assim como Magda, ela escreve em primeira pessoa e fala da experiência de escrever, que deve ser praticada, sempre, a todo momento. E que às vezes o rascunho, torna-se parte do produto final da pesquisa.
Então, lido isso, pipocou-me a ideia do blog. Pensei "Preciso escrever sobre tudo que se passa na minha cabeça durante a experiência do mestrado. Simplesmente preciso. E como eu disse no começo, levantei-me da cama, contrariando os bons conselhos do meu noivo de repousar e aqui estou eu, após quase 1 hora escrevendo este primeiro texto web.
E há tanto mais pra falar, quero escrever sobre a primeira semana de aula, sobre as palestras que fui nestas duas semanas e sobre tudo que tenho pensado. Então por isso, encerro este primeiro post aqui e deixo todo o resto para o durante.
A partir de hoje, escreverei sobre esta nova experiência de "mestrar" (cursar o Mestrado).
Experiência que começou em maio na inscrição, nas 3 etapas de projeto, prova e entrevista, e oficialmente nesta segunda semana de aula, que começou no dia 16 de agosto. (na verdade 17, porque eu não tinha aula segunda). hehe
Recém-formada em Cinema na UFSC em março, coisa considerada recente, sinto muito mais vontade de escrever do que ler. Mas assim como fala Gilka, escrever deve ser uma prática constante, ler também deverá ser. Às vezes bate a preguiça de começar, mas depois, quando bem entendido, não se consegue mais parar.
A sede de aprendizado é grande e é com esta motivação e vontade que inicio este novo blog.
Um brinde! Um brinde ao diário prazer de escrever e a esta "eco-experiência". Eco pela linha de pesquisa mesmo! hehehe =)

2 comentários:

  1. Li aqui sua crônica de uma noite de insônia. Gostei muito. É uma espécie de método de produção intelectual. Passo por isso, às vezes. É assim mesmo. Estou escrevendo um trabalho sobre educação. Logo que concluir, vou lhe enviar uma cópia. Mas, demora um pouco ainda. Abraços, e sucesso.

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  2. Li aqui sua crônica de uma noite de insônia. Gostei muito. É uma espécie de método de produção intelectual. Passo por isso, às vezes. É assim mesmo. Estou escrevendo um trabalho sobre educação. Logo que concluir, vou lhe enviar uma cópia. Mas, demora um pouco ainda. Abraços, e sucesso.

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