Ah! O Barthes. Roland Barthes!
Que prazer encontrá-lo no mestrado.
Tanta companhia me fez na graduação em cinema. Tanto me confundiu e acrescentou.
Tanto....me fez pensar diferente, me fez entender o mundo de outra forma. O cinema....
Pois é...faço três disciplinas no Mestrado. Comecei agora. Dia 16 de agosto (na verdade 17 porque não tenho aula segunda).
Na terça-feira de manhã acordo 6:00 pra dar aula 7:30. Aula de cinema. Em escola. Particular.
Adoro.
Acordar cedo é chato, mas quando estou lá, o tempo voa. Mal respiro, paro, como penso.
É necessária muita energia para lecionar. Muita paciência, tolerância, equilíbrio. Quando sou incomodada, faz falta. Perco o controle às vezes dando uns gritos. Normal né? é?
Então...as três disciplinas são: estudos sobre Roland Barthes voltados para Educação, na terça-feira de tarde 14h, dada pelo Profº Wladimir (engraçado é o jeito que ele fala sobre Barthes...só movendo os lábios, sem quase nenhum gesto - tão curioso e tão sereno). A segunda disciplina, quarta 8h, é Teorias da Educação da Profª Lúcia (uma loira intrigante. Bonita, organizada, metódica (como eu) e articulada na fala...com certo encantamento e deslubramento infantil ao falar animada do assunto que domina. Esse jeito de falar me intriga. Tão perfeitinho, desrotulando qualquer rótulo. Parece personagem de filme como a princesa de "Encantada", com fala rebuscada, deslumbrada, animada, leve).
E por último, não menos interessante, a obrigatória Seminário da Linha ECO - Educação e comunicação. Minha orientadora é quem dá esta disciplina. Mônica Fantin.
Ah! Mônica...que conheço desde a defesa do TCC no Cinema. Convidei pra Banca, mandei e-mails.
Como eu queria ganhar seu coração, atenção, concentração. Queria mesmo. Será um exercício.
Mas enfim...vou falar do Barthes. Conhecido dos tempos da graduação.
"A morte do autor" foi o texto mais esclarecedor que já vi. Tudo que leio posterior que proponha ideia semelhante, me remete a ele. Sempre. Tipo ontem nos textos da ECO.
A obra não pertence mais ao autor, mas sim ao leitor, que detém o poder de dar o sentido que quiser diante do seu vasto e único repertório.
Se o próprio Barthes sugere isso, é curioso discutir na aula seu texto e ouvir do professor frases como "ele quis dizer". Não me contive. Questionei-o. Como assim o Barthes quis dizer? Ele ou você quis dizer?
Coloquei-o numa saia justa. Ele corrigiu "é verdade....eu quis dizer".
Curioso. Talvez não tão relevante, afinal precisamos discutir os textos na aula, chegar a um...
(pausa)
(pausa para comer a lasanha que passou do ponto mas estava deliciosa)
Retornado a escrita.
Estava falando de Barthes.
Completamente familiar aos olhos e ouvidos. Seus textos são difíceis de ler.
Morte do autor está mais que compreendido. (está?)
Transportando para o cinema, o autor que morre, e o leitor que surge, reside na experiência, por exemplo, de enxergar em "Batman - O cavaleiro das trevas" de Christopher Nolan, alguns conceitos de consciência e inconsciência de Carl Jung. (textos que li na disciplina de psicanálise no cinema). Experimentar escrever e entregar-se às impressões do texto, vistas por mim, no filme.
Isso é exercitar o que Barthes propõe.
Não é simplesmente enxergar qualquer coisa (claro), mas enxergar no outro, seu repertório de conhecimento e experiência, único e pessoal.
Eu, Alessandra, Ally, enxerguei no filme de Nolan, os conceitos de Jung. A impressão foi tão forte que escrevi um texto, tecendo essa relação.
Ninguém disse, ninguém sugeriu, partiu da minha experiência pessoal de espectadora, unida a prática de leitura comum na academia. (academia como lugar de estudo - universidade).
Somente aquele que lê, que exercita o pensamento, que acrescenta seu repértorio, é capaz de articular as relações. Quem não leu Jung não poderia fazê-lo, mas poderia ter estabelecido relação com outros textos, autores, obras, filmes, músicas e afins.
Se eu não entendi "A morte do autor" com este exercício, não sei o que mais poderia ter que entender.
Barthes me possibilitou isso, entender que esse processo de escrita, de criação, parte de um lugar único, o lugar do leitor. Leitor do mundo, não só dos livros. E acho que na pesquisa acadêmica, essa é a importância de estudar Barthes. Estudá-lo para não esquecer que na pesquisa não é apenas citar, mas saber relacionar ou se propor a relacionar tudo aquilo que faz parte do repertório pessoal. Relacionar um texto ou autor ao outro para se argumentar uma ideia, uma hipótese.
Não necessariamente de forma convencional. Talvez possa ser a partir da experiência própria como pesquisador, como propõe Magda no texto que comentei no post anterior. É possível tecer um texto convencional como não-convencional.
Na verdade, acho que tudo é possível. Mas antes de descobrir, é necessário tentar, experimentar.
....
(minha explosão de reflexão poderia ser acompanhada da 9ª sinfonia de Beetovhen, da qual tive o prazer de conhecer assistindo ao filme "O segredo de Beethoven", em algum Sessão de Gala na globo, de madrugada claro).
Que prazer encontrá-lo no mestrado.
Tanta companhia me fez na graduação em cinema. Tanto me confundiu e acrescentou.
Tanto....me fez pensar diferente, me fez entender o mundo de outra forma. O cinema....
Pois é...faço três disciplinas no Mestrado. Comecei agora. Dia 16 de agosto (na verdade 17 porque não tenho aula segunda).
Na terça-feira de manhã acordo 6:00 pra dar aula 7:30. Aula de cinema. Em escola. Particular.
Adoro.
Acordar cedo é chato, mas quando estou lá, o tempo voa. Mal respiro, paro, como penso.
É necessária muita energia para lecionar. Muita paciência, tolerância, equilíbrio. Quando sou incomodada, faz falta. Perco o controle às vezes dando uns gritos. Normal né? é?
Então...as três disciplinas são: estudos sobre Roland Barthes voltados para Educação, na terça-feira de tarde 14h, dada pelo Profº Wladimir (engraçado é o jeito que ele fala sobre Barthes...só movendo os lábios, sem quase nenhum gesto - tão curioso e tão sereno). A segunda disciplina, quarta 8h, é Teorias da Educação da Profª Lúcia (uma loira intrigante. Bonita, organizada, metódica (como eu) e articulada na fala...com certo encantamento e deslubramento infantil ao falar animada do assunto que domina. Esse jeito de falar me intriga. Tão perfeitinho, desrotulando qualquer rótulo. Parece personagem de filme como a princesa de "Encantada", com fala rebuscada, deslumbrada, animada, leve).
E por último, não menos interessante, a obrigatória Seminário da Linha ECO - Educação e comunicação. Minha orientadora é quem dá esta disciplina. Mônica Fantin.
Ah! Mônica...que conheço desde a defesa do TCC no Cinema. Convidei pra Banca, mandei e-mails.
Como eu queria ganhar seu coração, atenção, concentração. Queria mesmo. Será um exercício.
Mas enfim...vou falar do Barthes. Conhecido dos tempos da graduação.
"A morte do autor" foi o texto mais esclarecedor que já vi. Tudo que leio posterior que proponha ideia semelhante, me remete a ele. Sempre. Tipo ontem nos textos da ECO.
A obra não pertence mais ao autor, mas sim ao leitor, que detém o poder de dar o sentido que quiser diante do seu vasto e único repertório.
Se o próprio Barthes sugere isso, é curioso discutir na aula seu texto e ouvir do professor frases como "ele quis dizer". Não me contive. Questionei-o. Como assim o Barthes quis dizer? Ele ou você quis dizer?
Coloquei-o numa saia justa. Ele corrigiu "é verdade....eu quis dizer".
Curioso. Talvez não tão relevante, afinal precisamos discutir os textos na aula, chegar a um...
(pausa)
(pausa para comer a lasanha que passou do ponto mas estava deliciosa)
Retornado a escrita.
Estava falando de Barthes.
Completamente familiar aos olhos e ouvidos. Seus textos são difíceis de ler.
Morte do autor está mais que compreendido. (está?)
Transportando para o cinema, o autor que morre, e o leitor que surge, reside na experiência, por exemplo, de enxergar em "Batman - O cavaleiro das trevas" de Christopher Nolan, alguns conceitos de consciência e inconsciência de Carl Jung. (textos que li na disciplina de psicanálise no cinema). Experimentar escrever e entregar-se às impressões do texto, vistas por mim, no filme.
Isso é exercitar o que Barthes propõe.
Não é simplesmente enxergar qualquer coisa (claro), mas enxergar no outro, seu repertório de conhecimento e experiência, único e pessoal.
Eu, Alessandra, Ally, enxerguei no filme de Nolan, os conceitos de Jung. A impressão foi tão forte que escrevi um texto, tecendo essa relação.
Ninguém disse, ninguém sugeriu, partiu da minha experiência pessoal de espectadora, unida a prática de leitura comum na academia. (academia como lugar de estudo - universidade).
Somente aquele que lê, que exercita o pensamento, que acrescenta seu repértorio, é capaz de articular as relações. Quem não leu Jung não poderia fazê-lo, mas poderia ter estabelecido relação com outros textos, autores, obras, filmes, músicas e afins.
Se eu não entendi "A morte do autor" com este exercício, não sei o que mais poderia ter que entender.
Barthes me possibilitou isso, entender que esse processo de escrita, de criação, parte de um lugar único, o lugar do leitor. Leitor do mundo, não só dos livros. E acho que na pesquisa acadêmica, essa é a importância de estudar Barthes. Estudá-lo para não esquecer que na pesquisa não é apenas citar, mas saber relacionar ou se propor a relacionar tudo aquilo que faz parte do repertório pessoal. Relacionar um texto ou autor ao outro para se argumentar uma ideia, uma hipótese.
Não necessariamente de forma convencional. Talvez possa ser a partir da experiência própria como pesquisador, como propõe Magda no texto que comentei no post anterior. É possível tecer um texto convencional como não-convencional.
Na verdade, acho que tudo é possível. Mas antes de descobrir, é necessário tentar, experimentar.
....
(minha explosão de reflexão poderia ser acompanhada da 9ª sinfonia de Beetovhen, da qual tive o prazer de conhecer assistindo ao filme "O segredo de Beethoven", em algum Sessão de Gala na globo, de madrugada claro).
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