Keskusteluja
Sinopse
Keskusteluja, é a mais recente parceria do malabarista Ville Walo e o mágico Kalle Hakkarainen, é uma obra desafiadora do novo circo experimental que contempla a comunicação, combinando projeções de cinema e vídeo resultando em imagens impressionantes. Surrealismo e experimentalismo são as palavras chaves essenciais para descrever este espetáculo.
"Keskusteluja foca em temas da comunicação e na escassez dela. A performance circense e as projeções de vídeo também se comunicam com a música em vários tons, composta por Kimmo Pohjonen / Samuli Kosminen Kluster.
A força da perfomance visual reflete o curso do tempo. Através de projeções móveis na superfície, a coreografia da arte circense cresce como uma coreografia de palco inteiro. Imagens de um antigo filme mudo são combinadas com sequências de vídeos modernos. Niveís de tempo e realidade são entrelaçados e mixados. Identidade e comunicação prolongadas por um bom tempo, como as performances comuns dos dias atuais, encontrando um mundo visual que foi selecionado e modificado de um filme dos anos 20."
(traduzi do original em inglês do site oficial)
Grupo: WHS - Ville Walo e Kalle Hakkarainen (Finlândia)
Duração: 65 minutos
Faixa etária: a partir de 14 anos
Ficha técnica
Autor: criação coletiva
Intérpretes: Ville Walo e Kalle Hakkarainen
Música: Kimmo Pohjonen e Samuli Kosminen / Kluster.
Figurinos e cenários: Anne Jämsä
Desenho de luz: Marianne Lagus
Operador de Luz: Palmu Ainu
Sound design: Heikki Iso-Ahola
Operador de som: Pehrsson Joonas
Vídeo: Kalle Hakkarainen.
Site: http://w-h-s.fi/performances/keskusteluja/
Malabarismos, projeções e fragmentos.
(ou minhas impressões sobre o espetáculo)
Apresentações experimentais não são o meu forte, mas desde que iniciei o mestrado, meus gostos tem se desarticulado. Músicas, filmes, artes plásticas e teatro tem ganhado novo significado. Abandonei velhos hábitos e adquiri novos. Não por escolha. Pela natureza das leituras densas.
Tenho feito descobertas. Acho que era meio cega! Sinto que ao ler textos difíceis, alguma porta se abre para o sublime. Olhar sensível, delicadeza, algo de visível no banal. O invísivel parece agora tão visível! É como aprender a brincar uma nova brincadeira...quase sem regras!
Depois de uma metade-aula desgastante (conceitos são frágeis e movediços), fomos todos para o 5º FITA para assistir a uma performance experimental. Fui receosa. Medrosa. Essas coisas me eram desgostosas. E o inesperado se revelou para mim. O desconexo me agradou!
O palco está escuro. No centro, apenas uma mesa redonda pequena e um telefone “antigo”.
Dois homens entram. Um senta apático e o outro, malabarista, brinca um uma bola e abre um livro.
A bola tem um rostinho esquelético simpático, que se completa com um corpinho dentro do livro. No brincar com o livro, movimento. Os bracinhos abrem e fecham. Bonequinho simpático, alegre e brincalhão. Tão vivo! Seria a “senhora” morte dos livros?! Meio fora, meio dentro. Indeciso!
O cenário móvel se levanta. Uma sala de televisão?
O apático recebe projeção. Seu rosto se desfigura. Perda de identidade?
Mistura entre ficção e realidade?! Espectador passivo? Real e virtual se confundindo?
O malabarista reaparece. Mais de uma vez.
Equilibra seu bloquinho e caneta. Rabisca.
Seria um meio de comunicação?!
Tenta equilibrar os objetos e contorna a mão. Seria uma expressão?
Contorna pés e passos. Sempre atarefado.
Descarta uma idéia. Informação descartável. Recomeça.
O homem apático reage. Recolhe o papel-idéia. Teria ficado ativo?
Malabarismos da vida. Telefone e bolas, bolas que significam.
Amores! Família! Amigos! Compromissos! Trabalho! Filhos!
Tão subjetivo! O malabarista se sufoca. As letrinhas pipocam.
Informação, informação, informação.
Nem dá tempo de processar. O malabarista se esgota!
O apático interage com um papelão. Papelão-televisão.
Bebe a água “virtual”. Acredita! Real e virtual se confundem!
Seus passos são guiados. Cuidado! Equilíbrio!
Seria necessário moldar-se às representações?!
Preencher estereótipos? Corresponder expectativas?
Os meios nos guiam? Passos sincronizados, cronometrados, precisos.
Há espaço para improviso?
Cenário-chão. Móvel-imóvel. Projeções do passado no presente.
Surge o homem-fragmento. Caixinhas separadas.
Cabeça, corpo e pés. Homem e mulher.
Numa dança brincalhona. Aprisionados no estático.
Surge o homem-fragmento sem cabeça. Corpo desarticulado.
Corpo sem valor? Substituível? Desmontável?
Seria o homem virtual?! Não há cabeça, só corpo?
Os sons são fortes e sombrios. Metálicos. Linhas cruzadas?
Freqüência sonora misturada?
Os aplausos são tímidos. Salão meio vazio.
Amor e ódio. Alguns adoram, outros não entendem.
Como não enxergar o invisível?!
Sentido somos nós que damos! Que bom!
"E o inesperado se revelou para mim. O desconexo me agradou!" Gostei de ler suas "impressões" [e pensei: talvez nem seja o real e o virtual que se misturavam na performance, mas somente o virtual se expressando]. Curti o tom indagativo do seu texto e, sobretudo, ler a frase que destaquei entre aspas no início do comentário... Beijo, Leandro!
ResponderExcluirLegal Ally, gostei das impressões assim como o Leandro! Como mencionei no email, um esfumaceamento vívido! É legal ver as desarticulações quando se processam nas interrogações! Não são questionamentos que precisam de respostas e, talvez por isso, são livres da angústia de não obter resposta!
ResponderExcluirEduardo Silveira